O BNDES e os grandes bancos emprestaram para as distribuidoras de energia elétrica uma quantia de R$ 16,4 bilhões, valor que deverá ser pago em 5 anos.
Por isso, existe uma grande possibilidade dos impactos da pandemia refletirem diretamente nos custos da energia elétrica.
Neste artigo, mostraremos como está o atual cenário e o que esperar para futuro.
Quais os impactos da pandemia no custo da energia elétrica?
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechou a coordenação junto com outros bancos para a destinação de 30% dos recursos da chamada Conta-Covid, financiamento emergencial destinado ao setor elétrico no contexto da pandemia do novo Coronavírus. O volume total a ser liberado para as distribuidoras é de até R$ 16,4 bilhões, e os outros 70% serão fornecidos por bancos privados. O empréstimo terá custo de CDI + 2,9% ao ano, com 11 meses de carência e prazo de 54 meses para amortização.
A Conta-Covid, regulamentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) no dia 23 de junho de 2020, é uma operação de mercado, sem recursos do Tesouro Nacional, e foi estruturada sob a forma de empréstimo sindicalizado de bancos, lastreada por ativos tarifários. O processo de formação do grupo das 19 instituições financeiras participantes se deu após intensa negociação, com o apoio dos ministérios de Minas e Energia (MME) e da Economia (ME).
Esse empréstimo será pago com as contas de energia, que provavelmente terão suas tarifas impactadas a partir de 2021.
O Mercado Livre de Energia será impactado pela Pandemia?
Não existe previsão para efeitos significativos. Durante o período mais crítico da pandemia e das medidas de isolamento social, percebeu-se um movimento de renegociação de contratos e também uma grande redução dos preços de energia. Esses movimentos resultaram em novos recordes de entradas de novas empresas para o Mercado Livre de Energia, números que não eram vistos desde 2016.
Ou seja, em contraponto com a parcela de mercado que ainda contrata energia das distribuidoras e está susceptível à tomada de empréstimos (entre outros mecanismos intervencionistas por parte do governo), o Mercado Livre de Energia possui uma exposição menor a esse tipo de risco, dados os contratos bilaterais (entre gerador e consumidor) que são celebrados.
O que esperar do futuro?
O futuro é agora!. A retomada do setor já está acontecendo. De acordo com números da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Mercado Livre de Energia teve um crescimento de 26% nos últimos 12 meses e atingiu 10 mil agentes, número histórico para a modalidade. A previsão é que em 2024 o Mercado Livre de Energia seja aberto para todos os consumidores.
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